Rio Corrente Recorrente
2021,Dezembro, Rio de Janeiro, RJ
Estive na fazenda RIO CORRENTE (Porto Ferreira, São Paulo) em abril de 2017. Fazia um tempo que não passava por lá. Peguei o primeiro voo do dia e cheguei a tempo de me sentar com os amigos para o almoço, dentre eles, Gilberto Chateaubriand*.
Voltar a um lugar que se gosta é sempre inspirador. Caminhando pela fazenda, surgiu o desejo de registrar a beleza do local.
A cada nova visita, uma nova descoberta. Com o olhar renovado, vem o desejo de fazer registros durante diferentes estações do ano. Afinal, “não se pode entrar duas vezes no mesmo rio” (Heráclito de Éfeso).
Assim acontece na RIO CORRENTE. Lugar onde natureza, história e arte se misturam e se completam.
Após uma das minhas caminhadas exploratórias, Gilberto perguntou por onde eu tinha andado. Respondi que tinha acabado de fotografar as lindas ruínas da RIO CORRENTE e ele, com um meio sorriso, complementou sua própria pergunta: – Sozinha? Você é valente!
Conversamos, também, sobre as árvores, uma das minhas grandes paixões. Pedi desculpas por achar que as da RIO CORRENTE são tão ou mais bonitas que as esculturas de sua coleção, presentes em seus jardins. Temendo ter sido indelicada, tive, no entanto, um alívio com seu comentário: – São sim! Belíssimas!
Sou grata pela oportunidade de transformar essa amizade na melhor das residências artísticas, em parte aqui retratada.
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*Gilberto Chateaubriand, diplomata, jornalista, editor, um dos maiores colecionadores brasileiros (e seu decano), é, sem dúvida, o maior incentivador dos artistas brasileiros. Descobriu e apoiou inúmeros artistas por todo o Brasil. A pluralidade do seu olhar apurado, aberto a qualquer manifestação artística, é percebida de forma bastante clara em sua coleção.
Fazendeiro, Gilberto vive na fazenda RIO CORRENTE. A fazenda é um recanto de arte e simplicidade, onde a presença do colecionador é marcante, facilmente identificada por onde se anda. Os jardins abrigam grandes esculturas de sua coleção.
MariaTuca.